1 de mar. de 2011

Afago...



Estar embriagado de anestesias mentirosas me fazem ainda estar aqui e não lá. Lá, onde o descanso existe.
Ah, a vida tem me dado muito tapa na cara. E enquanto eu não relaxar e deixar de me comportar como um animalzinho adestrado, perfeccionista, mais e mais serei esbofeteado.
Mas de algum jeito, isso tem sido bom. É só agora que eu aprendo a entender sobre falhas e sobre ser humano. Sobre tolerância e flexibilidade. Acho que sempre fui muito rígido, coerente com meus "tão elevados princípios".
E pelo jeito, a melhor coisa na vida é não ter princípio, é não pensar, é não se importar com o todo. O egoísmo santifica. A incoerência salva. E é isso que tento fazer, ser egoísta e me dar prazer.
Ando comendo sucrilhos, assistindo desenhos animados e deixando meu cérebro mofar.
Quanto mais leguminoso me torno, mais inteiro eu fico. O meu agora tenta ser um palavrão. Uma ordem qualquer de: dane-se o mundo cheio às tampas. Dane-se África, Nordeste, Oriente Médio, Efeito Estufa, Guerra Cambial, Heroísmo, Dinheiro, Sentido pra vida...
O criticismo só tem me levado à revolta, à angústia. E isso tem me deixado tão doente!
Não ensine seus filhos a pensar. Não os estimule mais. Converta-os em ovelhinhas e pronto! A felicidade deles estará garantida e você nunca precisará encher as gavetas deles de remédios pra cabeça, pra alma.
Acho que nunca estive tão lúcido, como estou agora, sabe?
Entendendo isso tudo e ficando revoltado por eu ser revoltado, acho que consigo um pouco de paz. E a paz significa: não pensar, não gastar energia tentando conectar tudo, tentando encontrar sentido, harmonia nesse caos.
A infelicidade fica longe quando aceito, quando digo: tanto faz. E a ausência dessa amargura emocional faz tudo valer mais e a ter mais gosto.
Minhas nuvens densas passaram. Agora só me resta ter humildade de aceitar que NUNCA vou poder explorar o céu inteiro, por mais que a visibilidade seja ótima.
Espero mais notícias de mim mesmo.