30 de jan. de 2011

Sonhos

...ela tirou meus dias
me fez perder meus caminhos
encontrei meu quarto escuro um motivo para náo sair
encontrei novamente em minha vida a perdição
o inferno é náo encontrar o caminho alcançado
desiludido em seus caminhos perigosos
acordo, olho no espelho, e náo mais á vejo
eu qria ter filhos, um montão de filhos
e na primavera quando meu peito esquentar
estaremos juntos outra vez molhados de suor
nosso lago de amor e de suor
seu sorriso me excita
seu olhar me alucina, me enlouqueçe
essa voz na minha cabeça esta indo embora
náo quero lembranças
quero deixar esse copo vazio e não mais fumar
quero esperanças
quero ver o amanhã com vc
quero vc que nem sempre está perto
embora longe de ser quem eu preciso de certo
penso as vezes q seriam as loucas coisas do coração
que de certa forma nunca tive nem dominio
e nem ela teve razão

o homem light


Estamos a assistir ao fim de uma civilização, e podemos dizer que esta se encerra com a queda em bloco dos sistemas totalitários nos países do Leste da Europa. Ainda permanecem alguns redutos dessa mesma linha política e ideológica se bem que se anunciem por outro lado novas prisões para o homem, com outra roupagem e rostos bemdiversos.
Assim como nos últimos anos entraram na moda certos produtos light – o tabaco, algumas bebidas e certos alimentos –, também se foi gerando um tipo de homem que poderia ser qualificado como o homem light.

Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas que carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo. Presenciou tantas mudanças, tão rápidas e num tempo tão curto, que começa a não saber a que ater-se ou, o que é o mesmo, faz suas afirmações como (tudo vale), (tanto faz) ou (as coisas mudaram). E assim
encontramo-nos com um bom profissional na sua especialidade, que conhece bem a tarefa que tem entre mãos, mas que fora desse contexto está à deriva, sem idéias claras, apegado – como está – a um mundo cheio de informação, que o distrai, mas que pouco a pouco o converte num homem superficial, indiferente, permissivo, gerando nele um grande vazio moral.

As conquistas técnicas e científicas – impensáveis até há bem poucos anos – trouxeram-nos progressos evidentes: a revolução informática, os avanços da ciência nos seus diversos âmbitos, uma ordem social mais justa e perfeita, a preocupação em aplicar os direitos humanos, a democratização de tantos países e, agora, a queda em bloco do comunismo. Porém, diante de tudo isto há que pôr sobre a mesa aspectos da realidade que funcionam mal e que mostram a outra face da moeda:


a) materialismo: faz com que um indivíduo tenha certo reconhecimento social pela única razão de ganhar muito dinheiro.


b) hedonismo: viver bem à custa do que quer que seja é o novo código de comportamento, o que atira para a morte dos ideais, o vazio de sentido e a busca de uma série de sensações cada vez mais novas e excitantes.


c) permissividade: destrói os melhores propósitos e ideais.


d) revolução sem finalidade e sem programa: a ética permissiva substitui a moral o que produz uma desordem generalizada.


e) relativismo: tudo é relativo com o que se cai na absolutização do relativo; brotam assim umas regras presididas pela subjectividade.


f) consumismo: representa a fórmula pós-moderna da liberdade.


Deste modo, as grandes transformações sofridas pela sociedade nos últimos anos são, ao princípio contempladas com surpresa, logo a seguir com uma progressiva indiferença ou, noutros casos, como necessidade de aceitar o inevitável. A nova epidemia de crises e rupturas conjugais, o drama das drogas, a marginalização de tantos jovens, o desemprego e outros factos da vida quotidiana admitem-se sem mais, como algo que está aí e contra o qual não se pode fazer nada.

Henrique Rojas, O Homem Light. Uma Vida sem Valores, Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1994, pp. 7-9.

29 de jan. de 2011

Sociedade dos Poetas Mortos


Sr.KEATING - Porque estou de pé aqui? Para me sentir mais alto que vocês? Eu estou em pé sobre a minha mesa para me lembrar que nós devemos constantemente nos forçar a olhar as coisas de forma diferente. O mundo me parece diferente daqui de cima.

Se vocês não acreditam nisso, fiquem em pé aqui e experimentem.
Todos vocês. Um de cada vez. Tentem nunca pensar sobre algumacoisa da mesma forma por duas vezes. Se você não tem certeza de alguma coisa, faça força para pensar sobre isso de um outro modo, mesmo que ache que está errado ou que é uma tolice.

Quando você lê, não considere apenas o que o autor pensa, mas dê um tempo para considerar o que você pensa. Você tem que lutar para encontrar sua própria voz, meninos, e quanto mais você esperar para começar, menos chances você terá de encontrar o que procura.

Há pequenas lições que nos são dadas no escurinho do cinema pela força das imagens e pela multiplicidade de recursos usados na sétima arte. O roteiro, a cenografia, a música, a interpretação dos atores, os efeitos sonoros e visuais, os figurinos, a direção de arte ou a direção de elenco são apenas alguns dos trabalhos que não percebemos, mas que dão vida e argumento para a consolidação de uma grandiosa produção.

O que importa não é o que se diz que se faz, mas o que verdadeiramente se faz; o significado real do currículo não é o plano ordenado, seqüenciado, nem que se definam as intenções, os objetivos concretos, os tópicos, as habilidades, valores, etc., que dizemos que as pessoas aprenderão, mas a prática real que determina a experiência de aprendizagem dos mesmos.

            A maioria dos homens vive a vida em um silencioso desespero.” E eu pergunto, porque nos resignamos e aceitamos isso? Arrisquem-se a andar em solo novo. Agora. Uma chama em seus corações poderia mudar o mundo.